07 maio 2006

Carthago delenda est

Catão era romano. Dizem que um dos últimos verdadeiros romanos. Dos que cultivavam a virtus. Dos que acreditavam na justitia. Dos que honravam o mos maiorum. Era romano do tempo das Guerras Púnicas. De quando Roma venceu Cartago e se contentou com isso. Catão achava que Cartago continuava a ser uma ameaça, que o Mediterrâneo não podia ter duas cidades dominantes, uma em cada margem. Dizia que Carthago delenda est. Dizia que Cartago deve ser destruída. Acreditava tanto nisso, que terminava sempre os seus discursos com essa frase, qualquer que fosse o assunto tratado, quer fosse no senatum ou na sua villa.

Ora, de Catão não tenho mais que o conhecimento. De que ele existiu, bem entendido. Mas apetece-me usar também a sua expressão. OA delenda est. O Mediterrâneo pode ser o mercado de trabalho. Cartago pode ser a OA. Roma pode ser a Universidade. O Catão é o pequeno estagiário. Catão tinha razão: o Mediterrâneo é pequeno demais para ter duas cidades dominantes. E ambas completamente independentes, cada uma com as suas regras. A Universidade é autónoma. A OA é independente. Haja alguém que os controle.

Para entrar no Mediterrâneo é preciso pagar tributo a ambas. E prestar provas perante ambas.
Um M.I. Anónimo teve a delicadeza de me recordar que há mais mundo para além do Mediterrâneo. É verdade, que eu já espreitei para lá das Colunas de Hércules. Mas eu gosto é do Mediterrâneo, e esta política de mare clausum entristece-me.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tu quoque!!!

09 maio, 2006  

Enviar um comentário

<< Home